Professor Wecy de Santa Cruz e seus alunos
Qualquer trabalho na educação escolar é sinônimo de desafio.
Entretanto, o desafio parece aumentar quando tratamos da EJA (Educação de
Jovens e Adultos).
Antes de entrar em qualquer discussão acerca dessa modalidade
de ensino, é necessário ter o entendimento do conteúdo humano, da boniteza que
envolve uma concepção educacional que leva o conhecimento àquelas pessoas que
por motivos diversos não tiveram acesso à escola ou não concluíram seu ciclo
básico de estudos. Para alguns é a primeira chance, para outros uma segunda,
uma terceira, não importa, o que vale de fato, é oferecer a oportunidade para quem
busca estudar.
Alunos colocando a mão na massa literalmente |
Voltando a questão do “desafio”, qualquer professor que
trabalha ou trabalhou com a EJA, sabe o quanto é difícil manter a assiduidade
dos seus alunos. Os expressivos índices de evasão do público desta modalidade, a nível de país, dão esse testemunho. Um olhar
mais desatento pode simplesmente ver esse problema como falta de interesse dos
alunos, não obstante, uma análise mais cuidadosa logo percebe que o aluno da
EJA apresenta algumas características e/ou motivações bem distintas, daquelas
que mantém o aluno do ensino “normal” em sala de aula. São perspectivas quase sempre bem diferentes.
O professor da EJA precisa entender o que motiva o seu aluno
a vir para a sala de aula estudar. Feito isso, necessita buscar meios e modos
que potencializem e ampliem essa motivação. Sem esse diagnóstico seguido da
efetividade das ações concretas, possivelmente sua turma estará fadada ao
fracasso.
Secretário Luiz Vieira e coordenadores pedagógicos em reunião com professores da EJA |
Recentemente, em reunião com coordenadores e professores da
EJA, tivemos a feliz oportunidade de ouvir professores relatando o quanto tem
sido gratificante trabalhar em turmas onde os alunos além de não perder suas
aulas, temem uma possível descontinuidade dos seus estudos.
Salas de aula da EJA em nosso município |
O professor que se propõe a trabalhar com a Educação de
Jovens e Adultos, precisa, antes de tudo e sobretudo, desenvolver a sensibilidade
capaz de engendrar um ambiente de confiança, amizade, respeito, cumplicidade,
aspirações coletivas e persistência. Não raro vemos hoje em nosso município
indícios de que muitos profissionais da educação envolvidos com a EJA, de forma
honesta e espontânea entendem muito bem essa questão. O melhor de tudo,
estão colocando em prática essa proposta pedagógica dinâmica e acolhedora.
A Escola Ananete Cavalcante Gomes dando um simbólico presente ao aluno com maior percentual de presença às aulas |
Fazemos coro as palavras do compositor cearense Costa Cena:
“Escola é pra ser criança
Escola é pra adolescer
Escola é pra renovar a esperança
Do adulto que ainda quer ler
E escrever o mundo “.
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